Olhos do Coração
“iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder;” Ef. 1.18,19.
A Bíblia usa com abundância a figura do coração apontando para a sede de todo conhecimento, vontade e de nossos sentimentos. A Bíblia fala que devemos cuidar, acima de tudo, de nosso coração. Também fala que o coração do homem é desesperadamente corrupto. A Bíblia nos diz que onde está o nosso tesouro, aí está o nosso coração!
Paulo, no texto acima, ora ao Senhor em favor dos cristãos de Éfeso. A carta de Paulo aos cristãos da igreja de Éfeso é instrutiva. Nos três primeiros capítulos da carta, Paulo ensina aos irmãos a respeito de como a obra de Deus foi realizada naqueles que são igreja de Deus. Na segunda metade, Paulo dá orientações práticas de como deve ser a vida de santificação do verdadeiro cristão.
Ao fazer isso, Paulo sabe que a verdadeira vida cristã não é uma questão de mero assentimento intelectual sobre como “funciona” a obra da salvação e/ou o simples cumprimento de uma lista de afazeres, mas que isso precisa ser algo que atinja e venha do coração do homem. Algo que permeie não só o seu conhecimento, mas também suas emoções e atitudes (vontade), um coração voltado inteiramente a Deus.
Para tanto, Paulo ora a fim de que os olhos do coração daqueles que leriam a sua carta fossem iluminados. Que o coração deles não continuasse em cegueira, levando o homem a uma fé falsa, apaixonado pelas coisas da carne e do mundo e/ou produzindo obras pecaminosas que dão em morte e condenação diante de Deus. Paulo ora para que os olhos de nosso coração sejam iluminados de tal forma a compreendermos profundamente sobre:
1. A esperança do nosso chamado em Cristo. As atitudes do cristão, de todo coração, devem ser norteadas pela esperança viva de nosso chamado em Cristo. O verso 4 deste capítulo diz que fomos chamados para sermos santos e irrepreensíveis perante Deus, o verso 6 afirma que fomos chamados para o louvor da glória de sua graça. Conforme Efésios 2.10, fomos criados em Cristo Jesus, fomos salvos para as boas obras que Deus de antemão preparou para que andássemos nelas. O capítulo 4 nos mostra que recebemos dons espirituais para sermos e, ao mesmo tempo, edificarmos a igreja de Cristo. Somo corpo de Cristo, sendo Cristo o cabeça da igreja.
2. A riqueza da glória de nossa herança com os santos. O sentimento que deve tomar conta de nosso coração não é o amor pelo mundo, mas, se iluminados os olhos de nosso coração, sabemos que nada nesta terra se compara àquilo que já recebemos em Cristo Jesus. NEle recebemos a vida eterna, NEle fomos feitos filhos de Deus, família e igreja de Deus, somos abençoados com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestes. Somos cooperadores do Evangelho, somos coerdeiros com Cristo, viveremos com Deus onde não haverá choro nem dor e as lágrimas já não existirão.
3. A grandeza do poder de Deus para conosco segundo a eficácia do seu poder. Como podemos ser santos e irrepreensíveis? Como amar mais a Deus que o mundo com um coração corrompido? Pela fé. Fé verdadeira baseada na realidade de que Deus é quem está realizando a nossa salvação, nossa santificação pela Sua Palavra, nos fazendo perseverar até o dia em que Cristo apresentará a sua igreja sem mácula e nem ruga diante de Deus. Deus é todo-poderoso. Deus não falha. Deus está fazendo grande obra na vida do verdadeiro cristão. Cristo está no trono e o Espírito Santo de Deus habita em nós. Somos cuidados e trabalhados por Deus para o propósito que Ele mesmo tem para cada um de nós.
Só Deus ilumina os olhos de nosso coração para que possamos servir a Ele e nos regozijarmos nEle para sempre com todo o nosso coração, com toda a nossa força, com todo o nosso entendimento. Só em Cristo Jesus e pela obra de Deus em nossas vidas isso é possível. Só a fé, só a Escritura, só Cristo, só a graça! Glória somente a Deus! Deus ilumine os olhos do seu coração. Deus te abençoe!
Rev. Hédin Charles Mendes
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